Estela Teodoro

TAM, SAM e SOM são métricas usadas no contexto de análise de mercado e representam diferentes níveis de alcance ou tamanho de mercado para um determinado produto ou serviço. Vamos ver o que cada um deles significa: TAM (Total Addressable Market) TAM é a estimativa do tamanho total do mercado para um produto ou serviço em um cenário ideal, considerando todas as possíveis vendas. É o tamanho máximo do mercado, teoricamente, sem levar em consideração restrições ou limitações. No TAM somos mais “sonhadores”. SAM (Serviceable Available Market) SAM é uma estimativa da fatia do mercado total que uma empresa pode efetivamente atender com seu produto ou serviço. Ele leva em conta fatores como restrições geográficas, demográficas, regulatórias ou financeiras, que limitam a capacidade da empresa de atingir todo o TAM. No SAM somos mais “racionais”. SOM (Serviceable Obtainable Market) SOM é a porção do SAM que uma empresa ou produto específico pode efetivamente conquistar. Ele representa a fatia realista e alcançável do mercado que uma empresa pode obter com sua estratégia de negócios atual, recursos disponíveis e concorrência existente. No SOM somos mais “pé no chão”. Essas métricas são úteis para ajudar as empresas a entender seu potencial do mercado e orientar suas estratégias de crescimento e alocação de recursos. Podem ser usadas para estimar o mercado de produtos existentes, mas principalmente, são uma excelente ferramenta de avaliação do potencial de mercado para novos produtos, apoiando as decisões e a inovação como um todo. Vamos ver alguns exemplos práticos do tipo de informação que elas podem fornecer: Exemplo 1 - App de Delivery Vamos supor que uma empresa local esteja lançando um aplicativo de entrega de comida. O TAM será medido pelo número total de pessoas que fazem pedidos de comida regularmente naquela cidade e a frequência com que fazem isso. Se essa cidade tem uma população de 500 mil habitantes e uma pesquisa mostra que em média as pessoas lá pedem comida três vezes por mês, o TAM seria de 1.500.000 pedidos mensais. Para calcularmos o SAM, vamos levar em consideração apenas a parcela da população que consume comida Fit, já que esse app tem o foco em restaurantes que oferecem comida saudável. Neste caso, sabemos que somente 30% das pessoas que costumam pedir delivery, dão preferência por comida saudável, então nosso SAM será de 450 mil pedidos mensais. Agora para sermos mais realistas, precisamos considerar a localização da maioria dos restaurantes cadastrados no App. É possível identificar que 70% deles estão na região central da cidade e entregas com mais de 10km são inviáveis, então, neste caso, precisamos excluir a população dos bairros mais distantes do nosso roadmap e concluímos que conseguimos atender de fato apenas 300 mil pedidos mensais. Esse é nosso SOM. Exemplo 2 - Aluguel de bicicletas elétricas Para estimar o TAM, consideramos o tamanho total do mercado com todas as pessoas que poderiam potencialmente alugar bicicletas elétricas naquela área geográfica. Pode haver 1 milhão de pessoas que residem, trabalham ou visitam regularmente a cidade. O nosso SAM será calculado conforme o segmento específico do mercado que podemos atender. Por exemplo, vamos focar em moradores locais que usam bicicletas para se deslocar pelas regiões centrais da cidade. Digamos que isso represente 40% do TAM, ou seja, serão 400 mil pessoas com potencial de uso diário. No entanto, precisamos avaliar realistamente o quanto desse segmento conseguimos de fato atender com a disponibilidade de bicicletas elétricas que temos e considerando também a concorrência existente. Concluímos que somos capazes de atender 10% do SAM, o que nos mostra que nosso SOM é de cerca de 40 mil pessoas. Exemplo 3- Software de gerenciamento de projetos Esse software é focado em pequenas empresas, logo, o TAM considera todas as pequenas empresas que poderiam potencialmente usá-lo na nossa região de atuação, que no caso é o sul do Brasil. Por exemplo, pode haver 10 milhões de pequenas empresas nesta região. Sabemos, no entanto, que são as empresas de tecnologia que utilizam softwares como este e elas representam apenas 30% do total de pequenas empresas, logo meu SAM é de 3 milhões de empresas. Se considerarmos ainda que existem diversos concorrentes para esse produto, além das limitações técnicas da minha empresa que não me permitem atender um público tão grande, posso concluir que meu software consegue atender, no momento, o máximo de 60 mil empresas, esse é o meu SOM. Veja que em alguns casos é mais fácil encontrar seu SOM, já que ele pode estar atrelado à sua capacidade de atendimento, mas é muito importante que sua empresa saiba também o seu SAM e seu TAM, pois suas estratégias futuras precisarão estar alinhadas ao quanto você quer crescer e ampliar sua carteira de clientes, dentro do que é possível no seu mercado. É preciso saber o potencial total para que se possa planejar os próximos passos rumo ao crescimento do seu negócio e, assim, inovar de forma mais assertiva. E aí, você sabe até onde sua empresa pode chegar? Mais artigos sobre o tema: https://www.antler.co/academy/tam-sam-som https://g4educacao.com/portal/o-que-e-tam-sam-som https://blog.nubank.com.br/tam-sam-som-veja-como-calcular-tamanho-de-mercado/

Neste domingo (12) aconteceu a 57ª edição do Super Bowl. Aos que não estão muito antenados ao mundo dos esportes, trata-se da grande final de temporada do futebol americano, um dos eventos esportivos mais importantes e vistos no mundo e que movimentou este ano mais de 10 bilhões de dólares em publicidade. O evento é famoso por trazer um grande show no intervalo, o que sempre atraiu a audiência não somente dos fãs do esporte, mas também de uma multidão de fãs e curiosos, já que esses shows sempre prometem trazer surpresas aos espectadores. Mas o que esse evento tem a ver com inovação? A cada ano há novidades e inovações em diferentes aspectos, como a tecnologia, a publicidade e a produção do evento em si. Drones de monitoramento e bolas com sensores, por exemplo, são inovações já utilizadas anteriormente, mas neste ano, o Super Bowl nos trouxe mais novidades tecnológicas. É importante destacar que a tecnologia tem um papel cada vez mais importante no Super Bowl, desde a produção do jogo até como os fãs interagem e assistem ao evento. A utilização de câmeras avançadas, tecnologia de realidade virtual e aplicativos de transmissão ao vivo permitem que o público tenha uma experiência mais imersiva e envolvente. Aqui alguns exemplos do que rolou esse ano: Reconhecimento facial no estádio para segurança e controle; Conectividade impecável para o público de 72 mil pessoas se manter online; Inteligência Artificial no centro de comando; Divulgação em tempo real das estatísticas da partida ao público; Experiência imersiva no Metaverso, antes, durante e após o jogo; After Party com show virtual do Foo Fighters; Dispositivo de proteção para os jogadores, evitando alto impacto no cérebro; Câmeras de tecnologia de ponta para melhor experiência da audiência na tv; Táxis autônomos para o aeroporto. O Super Bowl também é conhecido por ser um palco para as melhores e mais criativas campanhas publicitárias do ano. Novas formas de publicidade, como anúncios interativos que permitem aos espectadores se conectarem e interagirem com as marcas de maneiras inovadoras, aparecem anualmente. Grandes marcas “brigam” por um espaço no evento e o público sempre aguarda ansioso para ver quem vai aparecer e qual novidade trará para os intervalos. O anúncio inusitado deste ano foi a “propaganda de Jesus”, que aparentemente não tem cunho comercial, mas trouxe um recado sobre Jesus e sobre como deveríamos seguir seus passos. Não que seja super criativa, mas surpreendeu pelo tema. Inovação é isso também. Por fim, vale mencionar o show. Da escolha do artista, à montagem do palco, o evento sempre surpreende na qualidade e grandiosidade. Rihanna já é um ícone e faria sucesso em qualquer uma das edições, mas a grande sacada foi “o retorno”. Voltar aos shows depois de 7 anos longe dos palcos, incluindo um anúncio de gravidez ao vivo, marcaram a história do evento e trouxeram ainda mais visibilidade à NFL. Estas são apenas algumas das lições que o Super Bowl 2023 pode ensinar sobre inovação. Mesmo sendo o evento mais visto do mundo, a NFL não se contenta em trazer apenas mais uma edição a cada ano. Na teoria, não seria necessária muita inovação para atrair seu público e cumprir muito bem seu papel de espetáculo do esporte, mas, na prática, a NFL segue surpreendendo e inovando. O que é bom, sempre pode ficar melhor. No geral, o evento é uma plataforma para a criatividade, inovação e para a experimentação, e serve como uma lição para outras empresas sobre como manter seu trabalho atual e relevante, mesmo que ele já seja excelente.

A inovação é o ato de inovar, ou seja, é criar ou melhorar algo. Veja que esta descrição não abrange apenas a criação de um produto ou serviço novo. Melhorar também é inovar. Nas empresas a inovação possui papel essencial para garantir a continuidade dos negócios, pois produtos e serviços se tornam obsoletos com o tempo, sendo assim, melhorá-los ou criar substitutos para eles deve fazer parte do dia a dia. Além disso, melhorar os processos internos também é inovar e traz mais eficiência à operação, o que resulta em redução de recursos ou melhor aproveitamento deles. Inovar continuamente garante à empresa: Ditar e acompanhar tendências; Destacar-se da concorrência; Ser mais eficiente; Manter o time engajado; Ter mais retorno dos investimentos; entre outros benefícios. Mas os pontos acima só acontecem quando a inovação é feita de forma organizada, cíclica, inteligente e focada no cliente, daí a importância de ter uma área estruturada para estudar, operacionalizar e viabilizar as inovações. É bom mencionar, no entanto, que a inovação não deve ser responsabilidade apenas de um departamento. A cultura de inovação deve estar presente em toda a empresa, pois a multidisciplinaridade existente em todo o contexto do negócio, trará oportunidades de melhorias, ideias e sugestões ainda mais relevantes para a própria empresa e para o mercado em que ela está inserida. Falando em time multidisciplinar, é pertinente que a área ou departamento responsável pela operacionalização da inovação tenha um time diverso, com competências complementares, abrangendo todos os pontos pertinentes à realidade do negócio. Por exemplo: se é uma empresa de software, é imprescindível ter no time de inovação pessoas com capacidade técnica para desenvolver essas soluções. Mas não para por aí. Ter um time multidisciplinar implica em ter diferentes perfis, de diversas áreas do conhecimento, juntos em prol de um trabalho em comum. É neste contexto que o profissional de Inteligência de Mercado tem um papel relevante. A inteligência de mercado, em suas múltiplas atuações, pode apoiar o trabalho do time em diversas frentes. Veja algumas delas: Estudo e mapeamento do potencial de mercado; Acompanhamento de tendências; Supervisão dos concorrentes; Diagnóstico de produtos e suas potenciais melhorias; Monitoramento dos setores de atuação da empresa; entre outras atividades. Logo, é possível dizer que essa área do conhecimento tem muito a agregar ao ecossistema de inovação. E é claro que existem diferentes cenários e infinitas possibilidades, mas é importante que as empresas tragam este perfil profissional aos seus times. Inteligência de Mercado e Inovação sempre caminharam lado a lado.